sábado, 14 de julho de 2007

Palácio Saldanha


O velho imóvel da Baixa, conhecido como Palácio Saldanha, está a ser recuperado para servir de apoio à população idosa daquela zona. Além dos serviços de lavandaria e apoio médico, nele vão ser criadas 8 unidades de realojamento, seja lá isso o que for.
Para quem viveu perto e de perto a realidade das diversas famílias que ali sobreviveram, sabendo que cada janela do prédio correspondia a um agregado familiar e que todos tinham de despejar os detritos numa pia para o efeito, situada ao fundo da escada....
A entrada por uma porta que para nós miudos, era enorme, ficava na Travessa das Canivetas, com a parede das traseiras do edifício do antigo Paço do Conde de Cantanhede a pouco mais de um metro. Esse Paço, cujo rés-do-chão serve para armazém da Firma Saúl Morgado, tem o resto das instalações a cargo duma Congregação de Religiosas, que faz um trabalho louvável na Cozinha Económica de Coimbra.
Parece que futuramente, o "novo" Palácio Saldanha vai ficar integrado também nesse "espaço", em termos de apoio à população da Baixa, que tanto necessita.
Embora lá não tivesse vivido, convivia diàriamente com alguns amigos lá residentes, com quem partilhava as brincadeiras e as amarguras. Seria fastidioso referir todos, mas recordo alguns que partiram permaturamente como, o Tó Varela, o Licínio, o seu irmão Jorge, o Isidro etc...
Um abraço às famílias que lá sobreviveram, como os Fadigas, a Maria Grande e os seus não sei quantos filhos, a D.Carmo e o Sr.Teixeira, a Maria do Porto e tantos outros.
Felizmente apraz-me registar que todos souberam suportar aqueles anos difíceis e hoje vivem em condições habitacionais que nada têem a ver com aqueles anos muito, muito dificeis.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

COIMBRA , ÁS VEZES, AINDA É UMA LIÇÃO.

Terça-Feira, 3 de Julho, véspera de feriado em Coimbra. Pediram-me para comprar bilhetes para um espectáculo de Solidariedade para algumas Associações de Deficientes, nomeadamente a APPACDM. Comprei...até eram baratos, depois logo se via se tínhamos pachorra para ir ver, mas ficávamos com a alma mais limpa, sempre estávamos e ser solidários...
Entretando fui sabendo que iriam actuar algumas pessoas ligadas às Instituições, nomeadamente alunos, iria também estar a Orquestra Filarmónica das Beiras, o Coro dos Antigos Orfeonistas e o nosso amigo André Sardet. Vamos não vamos, acabámos por ir até ao Pavilhão Multiusos, que nem conhecia. Começou com um grupo de alunos um pouco diferentes de nós e alguns professores, que conseguiram montar um Auto sobre o Viriato. Claro que impressiona...mas foi linda a dedicação. o esforço e a alegria duns mais pequenos e outros menos pequenos, além dos professores. Apesar de tudo descobri que afinal quem matou o Viriato, até foi um amigo meu que é professor na APPACDM. E eu que pensava que o conhecia bem e afinal o malandro matou o Viriato. Segui-se um espectáculo com um grupo musical composto por elementos com um elevado grau de paralisia cerebral (bateria, sintetizador,cantor), que depois de actuarem a solo, actuaram também em conjunto com o Coro e a Orquestra dirigida pelo Maestro Virgílio Caseiro. Foi lindo de arrepiar..... A alegria, entusiasmo e a impressionante simbiose com a o Coro e a Orquestra.......meus amigos. Deram-nos uma GRANDE LIÇÃO DE VIDA.
Ao contrário do que estava à espera e do que é habitual, o Pavilhão estava muito bem composto.
Às vezes procupamo-nos com coisas tão insignificantes........