O velho imóvel da Baixa, conhecido como Palácio Saldanha, está a ser recuperado para servir de apoio à população idosa daquela zona. Além dos serviços de lavandaria e apoio médico, nele vão ser criadas 8 unidades de realojamento, seja lá isso o que for.
Para quem viveu perto e de perto a realidade das diversas famílias que ali sobreviveram, sabendo que cada janela do prédio correspondia a um agregado familiar e que todos tinham de despejar os detritos numa pia para o efeito, situada ao fundo da escada....
A entrada por uma porta que para nós miudos, era enorme, ficava na Travessa das Canivetas, com a parede das traseiras do edifício do antigo Paço do Conde de Cantanhede a pouco mais de um metro. Esse Paço, cujo rés-do-chão serve para armazém da Firma Saúl Morgado, tem o resto das instalações a cargo duma Congregação de Religiosas, que faz um trabalho louvável na Cozinha Económica de Coimbra.
Parece que futuramente, o "novo" Palácio Saldanha vai ficar integrado também nesse "espaço", em termos de apoio à população da Baixa, que tanto necessita.
Embora lá não tivesse vivido, convivia diàriamente com alguns amigos lá residentes, com quem partilhava as brincadeiras e as amarguras. Seria fastidioso referir todos, mas recordo alguns que partiram permaturamente como, o Tó Varela, o Licínio, o seu irmão Jorge, o Isidro etc...
Um abraço às famílias que lá sobreviveram, como os Fadigas, a Maria Grande e os seus não sei quantos filhos, a D.Carmo e o Sr.Teixeira, a Maria do Porto e tantos outros.
Felizmente apraz-me registar que todos souberam suportar aqueles anos difíceis e hoje vivem em condições habitacionais que nada têem a ver com aqueles anos muito, muito dificeis.